Os filhos crescem, mas eu não vejo. Para onde eu olho?

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Os filhos crescem, mas eu não vejo. Para onde eu olho?

“Mais um ano longe de ser criança? Isso não parece a mesma coisa que crescer.” (Richard Bach)

"Papais e mamães estão sempre focados nas responsabilidades e deveres. Isso tira a percepção lúdica e acaba com as brincadeiras", explica a Dra. Daniele N. Tubini, psicóloga

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Para onde eu olho?

Ser pai e mãe implica em muitas mudanças na vida, uma delas são os filhos e outra é a de deixar de ter o papel exclusivo de “filho/filha”, que é uma experiência que ocorre durante grande parte da vida das pessoas, especialmente nos dias de hoje em que o casamento (e a construção da família) são postergados por boa parte das mulheres e homens.

Enquanto não se constituí a própria família, é típico que os solteiros sejam paparicados com certos privilégios que são comuns de serem vivenciados por ainda serem os filhos da casa, explica o Dr. Sandro Tubini, psicólogo.

Mas quando se assume uma família, o olhar do solteiro tende a ficar para trás e agora, se tornando um casal tende a ser dotado de mais critério e responsabilidade do que jamais foi vivido na própria vida, e por isso é natural se deixar de lado certos pensamentos, que vão sendo substituídos por outros. É um processo natural de amadurecimento, conforme é ilustrado pela crônica abaixo.

Cesta Básica (de Rosana Tomé)

Chego em casa depois de um dia daqueles……. Meus filhos correndo de um lado para outro sorrindo, gritando, brincando…… E eu, cansada……

De repente olho para a porta da cozinha e vejo o kit da cesta básica que recebo da empresa. Aquela cesta que chega na hora certa e nos traz o básico para o resto do mês. Hum… Eu preciso guardar as coisas no armário……

Ao finalizar a organização escuto uma imitação de apito de trem e vejo dentro da caixa da cesta básica, o filho mais novo e, o mais velho, empurrando, como se fossem uma locomotiva. Ri, surpresa com a criatividade.

E mesmo cansada resolvi participar da tal viagem: me sentei no chão e fui até a estação de onde partia o trem; me sentei no chão e fui o mecânico que arrumou a roda do trem; me sentei no chão e fui a cadeira do maquinista que dirigia o trem.
Me sentei no chão e me permiti fazer parte daquele momento.
Me sentei no chão e então percebi que o que eles queriam era o básico, o mínimo com eles.
Me sentei no chão e me permiti trazer a criança de dentro de mim!

Os papais e mamães quase sempre estão focados nas obrigações, nas responsabilidades e nos deveres. Isso tira a percepção lúdica da vida e acaba com o vigor para as brincadeiras, explica a Dra. Daniele N. Tubini, psicóloga

Equipe Comportamento e Saúde

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