"É comum que os pais não entendam o silêncio, alguns até se sentem rejeitados, mas no fundo pressentem que há algo de diferente", explica o Dr. Sandro Tubini, psicólogo.
Meu filho tem autismo e agora?
TEA é a sigla que define o Transtorno de Espectro Autista, comumente conhecido como autismo, que vem do grego autus e significa si mesmo.
Crianças autistas vivem em mundo paralelo quase intransponível. Com um quadro comportamental bem particular, elas apresentam prejuízos nos relacionamentos sociais, na comunicação e na imaginação.
Mas engana-se quem pensa que o autista possui qualquer problema de inteligência, isso não é verdade, pois o autista possui alta capacidade de concentração e esta característica o permite se desenvolver em uma área de interesse, por este motivo não é incomum encontrar autistas que são considerados gênios.
É uma patologia comum, pois em cada 100 nascimentos, 1 possui o TEA.
“É comum que os pais não entendam o silêncio, alguns até se sentem rejeitados, mas no fundo pressentem que há algo de diferente”, explica o Dr. Sandro Tubini, psicólogo.
Dentro de uma bolha
O isolamento é uma característica fundamental da criança autista. Ela prefere sempre estar só, no seu mundinho. Além disso, é comum que ela não forme relações pessoais íntimas, não abrace, evite contato de olho, resista às mudanças, seja excessivamente presa a objetos familiares e repita continuamente certos atos e rituais.
A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho ou pode, ainda, não conseguir – por não poder ou não querer – falar nada, explica a Dra. Maura de Albanesi, Diretora do Instituto de Psicologia Avançada AMO.
Diagnóstico e sintomas
Apesar dos sintomas aparecerem antes de a criança completar três anos, não é tão fácil diagnosticar a doença imediatamente.
Em alguns casos, já é possível observar alguns sintomas de alerta já em bebês, como a ausência de expressões faciais ou a ausência reação aos sons, por exemplo. Mas de forma mais geral, os sinais de autismo surgem por volta dos 2 a 3 anos de idade, período em que a criança tem uma maior interação e comunicação com as pessoas.
Os sintomas de autismo também podem ser percebidos em adolescentes e adultos, e alguns dos mais comuns são o isolamento, não olhar nos olhos, agressividade e dificuldade para se adaptar a uma nova rotina.
É importante lembrar que apenas alguns destes sinais não confirmam o autismo, sendo importante a consulta com uma equipe interdisciplinar com conhecimento em saúde mental como o pediatra, psiquiatra e psicólogo, que poderão fazer uma avaliação clínica mais específica.
O que fazer?
Na hora de recorrer a algum tipo de tratamento, os familiares são peças importantíssimas para o tratamento e para a reintegração do paciente. É importante que estejam orientados quanto à doença para que possam compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando interpretações errôneas, garante a Dra. Maura de Albanesi, psicóloga.
As dificuldades com o cuidado de crianças autistas têm um grande impacto nas mães. É essencial que profissionais da área de saúde estejam a par dos problemas mais comuns enfrentados pelas mães de crianças autistas, para que possam assisti-las quanto ao sofrimento que experimentam, bem como aquele de seus filhos e de suas famílias, explica Cristiane.
A neurologista infantil e mestre em psicologia Carla Gikovate dá 5 dicas para ajudar você a estimular a atenção e a comunicação do seu filho autista:
- Parta de objetos e situações que a criança já demonstre interesse para iniciar sua interação social;
- Utilize estímulos visuais nas atividades pedagógicas e no dia-a-dia (organize o horário, mostre aonde ela vai e o que vai acontecer);
- Estruture o ambiente de forma que a criança preveja o que se espera dela em cada situação;
- Aproveite situações e horas naturalmente agradáveis para ela (banho, comida) para ensinar e trabalhar conceitos;
- Diminua o tempo que a criança fica sozinha e sem atividade.
Assista a esta linda matéria do fantástico com Drauzio Varella sobre o autismo
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