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Andadores facilitam traumas e prejudicam equilíbrio dos bebês

Há muito tempo as opiniões se dividem quando o assunto é permitir ou não o andador para os bebês.

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Andadores, uma escolha de risco

Ao contrário do que pensam muitos pais, os andadores têm muitos riscos e atrasam o desenvolvimento motor do bebê. O equilíbrio também precisa ser treinado e, se a criança está “protegida” por um aparelho, isso não vai ocorrer. Da mesma forma a coordenação motora.

Este equipamento é inútil para o desenvolvimento da marcha de bebês e seu uso pode causar acidentes e lesões com gravidades variáveis, traumatismos cranianos (em diversos níveis) e, em alguns casos, pode até levar ao óbito. A euforia das crianças em se locomover “sozinhas” pode levá-las ao encontro de objetos ou obstáculos pela casa, como degraus, sapatos ou brinquedos que fazem com que o andador vire.

Nesta fase, o corpo é bem frágil e o mais leve tombo pode ter grandes consequências. Ao cair, a cabeça do bebê será a primeira parte do corpo a se chocar contra o chão, podendo causar lesões leves ou graves.

Não é aconselhável o seu uso

Eu sempre desaconselho os pais quanto ao uso dos andadores, pois a criança tem que aprender a andar do modo natural: cair + levantar = conseguir.

Muitos pais ainda preferem o andador pensando que os bebês terão mais independência e liberdade. Na realidade essa é uma situação de comodismo (por parte dos pais) e perigosa para o bebê, que às vezes fica muito tempo sozinho.

Há que se pensar ainda que o andador causa problemas nas articulações, pois o bebê ainda não possui estrutura e domínio da posição vertical.

Eu sempre digo que as crianças fazem rapidamente o que o primata demorou muito a aprender, que é passar da posição de quatro para a posição ereta, nada mais que a evolução natural do ser humano sem apoios no meio do caminho. Essa “evolução natural” pode ser incentivada pelos pais, por sua vez, através de brinquedos adequados e supervisão.

O impacto no comportamento e na saúde

Em alguns países há determinações que proíbem ou limitam o uso do andador. O Canadá, por exemplo, é o único país a proibir a comercialização e utilização dos andadores, desde 2007. No Brasil, um Projeto de Lei (PLS 50/2013) vem sendo discutido para proibir a produção, comercialização, importação, doação e distribuição de andador infantil. No ano passado, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio rejeitou o Projeto de Lei, mas ele ainda está em discussão no Congresso.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também é contrária ao uso dos andadores infantis. A SBP divulgou, em 2012, que 850 crianças entre 7 e 15 meses tiveram atendimento médico emergencial por acidentes causados em andadores, sendo que 60% tiveram lesões na cabeça.

Por fim, minha recomendação é para que pais e cuidadores não permitam que seus bebês utilizem esse equipamento. Com certeza, seu filho aprenderá a andar, alguns mais cedo outros mais tardiamente. Mas todos darão seus primeiros passos sozinhos e, o que é mais importante, sem nenhum instrumento que possa colocá-los em risco.

Equipe Comportamento e Saúde (MinhaVida)

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