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Mulheres que traem busca sexo e não divórcio

A mulher infeliz também busca uma solução para sua vida, algo diferente do comum ou seja, uma aventura, explica o Dr. Sandro Tubini.

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Traição, sim. Divórcio, não.

Quando mulheres de meia-idade buscam casos extraconjugais, elas estão à procura de mais paixão e romance (o que inclui sexo), mas não querem se divorciar de seus maridos, aponta uma nova pesquisa apresentada esta semana na reunião anual da American Sociological Association.

“Ser feliz no casamento é muito diferente do que ser feliz na cama”, apontou Dr. Eric Anderson (psicólogo, professor da disciplina de Masculinidade, Sexualidade e Esporte na Universidade de Winchester, Inglaterra) e chefe de pesquisas do AshleyMadison.com, um site para interessados ​​em ter relações extraconjugais.

Mais paixão, mais romance

No estudo, Anderson e seus colegas analisaram 100 mulheres heterossexuais, casadas, com idades entre 35 e 45, e suas conversas com potenciais pretendentes no AshleyMadison.com, na esperança de determinar o que impulsionava este subgrupo à infidelidade. Os pesquisadores constataram que a grande maioria das mulheres (67%) estava buscando affairs porque queriam mais paixão e romance, o que sempre incluía sexo. Veja os destaque do Dr. Eric Anderson:

  • “Mas, a descoberta mais surpreendente é que nenhuma das 100 mulheres tinha planos de se separar dos maridos”;
  • “Em vez disso, eles foram taxativas em afirmar que não estavam à procura de um novo marido. Muitas ainda declararam amor a seus maridos, pintando-os de forma bastante positiva”;
  • Nossos resultados refletem não a desarmonia marital, mas sim monotonia sexual, algo que faz parte da natureza dos relacionamentos monogâmicos de longo prazo. A coisa mais previsível sobre um relacionamento é que, quanto mais ele avança, a qualidade e a frequência das relações sexuais entre o casal vai reduzir. Isto é porque nos acostumamos e ficamos entediados com o mesmo corpo”;
  • “Enquanto a cultura popular sugere que homens traem porque “estão com tesão” e mulheres traem porque há algo errado com o aspecto emocional do relacionamento, nossas descobertas desafiam essas percepções”;
  • “Nossa pesquisa sugere que homens e mulheres não são tão diferentes uns dos outros, como alguns podem pensar“.

Homem é “garanhão”, mulher é “piranha”

As mulheres que procuram casos diferem dos homens que traem, no entanto, apenas no número de parceiros. Embora apenas 47% das mulheres pesquisadas tenha se disposto a falar sobre o número de parceiros que estava procurando, daquelas que o fizeram, todas afirmaram desejar ter um caso exclusivamente com um homem. Por outro lado, a pesquisa anterior de Anderson indicou que os homens que procuram casos não querem se limitar a uma única parceira.

Anderson acredita que esta distinção entre homens e mulheres que traem pode ser, em parte, devido à “dicotomia garanhão/piranha”, que recompensa os homens que têm múltiplas parceiras sexuais, mas estigmatiza as mulheres que fazem sexo com muitos homens.

“Uma maneira de dizer a si mesmas que elas não são ‘piranhas’ é afirmar que elas estão desejando monogamia na infidelidade, e que essa monogamia deve ter paixão”, disse Anderson, acrescentando que outra razão pela qual as mulheres procuram monogamia dentro da infidelidade é que algumas delas precisam estar emocionalmente ligadas ao parceiro para obter satisfação no sexo.

Citando altos índices de infidelidade, divórcio e sexo antes do casamento, Anderson afirmou: “É muito claro que o nosso modelo de fazer sexo e amor com apenas uma outra pessoa para a o resto da vida falhou, e falhou maciçamente. Esperamos que este estudo ajude a desvendar um pouco as ideias enraizadas que a nossa cultura tem sobre o sexo e o amor, mostrando que, só porque uma pessoa trai, isso não significa que ela deixou de amar o seu parceiro”.

O impacto no comportamento e na saúde

Para o terapeuta e colunista do Delas Luiz Alberto Hanns, a ideia de que as mulheres traem porque não se sentem amadas ou porque querem terminar a relação é totalmente ultrapassada, “É um discurso da era vitoriana, que não corresponde à realidade. Em culturas mais igualitárias, as mulheres traem mais ou menos na mesma proporção do que os homens, mas por motivos diferentes. Elas querem aventura, eles querem novidade“.

De acordo com o Dr. Sandro Tubini (psicólogo e psicoterapeuta da Clínica de Comportamento e Saúde) ambos querem novidade, “Existe um motivo humano que é capaz de justificar este tipo de comportamento infiel: a busca pela novidade. Tanto no caso do homem, como no caso da mulher, a busca pela novidade é incessante, quer seja um carro, roupa, sapato, emprego ou uma sensação: o motivo da busca é a novidade. No caso do relacionamento, o homem busca a novidade do ser, uma nova pessoa, capaz de acender o fogo da paixão. A mulher infeliz também busca uma solução para sua vida, algo diferente do comum ou seja, uma aventura”.

Equipe Comportamento e Saúde (Delas)

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