Homens e mulheres contam como é namorar bissexuais

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Homens e mulheres contam como é namorar bissexuais

Aquele que se identifica como bissexual está assumindo se interessar afetivamente e sexualmente por ambos os sexos, define Klecius.

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A bissexualidade é uma orientação sexual ainda cercada de muitos mitos. Talvez o maior deles seja a ideia de que os bissexuais vão sempre sentir falta de sexo. Assim, uma mulher bi que está vivendo uma relação lésbica vai ter que reprimir o desejo de se relacionar com um homem, por exemplo.

Mesmo sendo mais preconceito do que realidade, esse mito acaba influindo na maneira que a bissexualidade é percebida publicamente.

Especialista em terapia homoafetiva, o psicólogo e psicoterapeuta Klecius Borges acredita que falta clareza sobre o conceito da bissexualidade. “Aquele que se identifica como bissexual está assumindo que é possível para ele se interessar afetivamente e sexualmente por ambos os sexos”, define Klecius.

Para o psicólogo, a falta de um entendimento pleno da bissexualidade leva à insegurança e ao ciúme. “Existe esse mito de que um bissexual sempre vai sentir falta do sexo. Na verdade, o sexo é só uma parte da relação. Se um homem bissexual está em uma relação com outro homem é porque ele se apaixonou por esse homem, se interessou por varias coisas neste homem e não só o sexo. Portanto, não tem porque sentir falta do sexo com uma mulher.”

Caso 1

Casada há dois anos com uma bissexual, a publicitária lésbica Geisy Panisset, 25, rejeita essa ideia preconcebida, ressaltando que baseia sua relação na confiança mútua entre ela e a parceira.

“Eu confio nela e ela em mim. Não temos relacionamento aberto, não fazemos ménage, não transamos com homens. Ciúme é inerente ao ser humano, independente de rótulos. Eu posso ser gay, hétero, bi, pan ou trans e ter ou não ciúme. Acho que as pessoas usam a bissexualidade do parceiro para justificar o ciúme. Se você não confia em um bi também não vai confiar em um hétero, gay ou na própria sombra”, sentencia Geisy.

A modelo Thayane Nicastro, 23, não esconde seu lado ciumento e diz que a feminilidade extrema da namorada provoca olhares constantes deles e delas. “Eu tenho ciúme, até porque ela é muito bonita e não tem o visual estereotipado da lésbica. Ela chama muita atenção dos homens”, conta Thayane, que fica incomodada quando engraçadinhos avançam o sinal com a parceira.

“Eu confio e acredito muito nela, não sou do tipo de namorada que briga porque deram em cima. Ela me escolheu e quer estar comigo. Mas é bem complicado quando  caras chegam agarrando na balada”, admite a modelo, que sempre deixa claro para a parceira quando está incomodada em uma situação como esta. “Ela me chama de ciumentinha, me lembra que está comigo e só comigo e tudo fica bem.”

Caso 2

A gerente de comunicação Carolina, 27, que prefere não revelar o seu sobrenome, teve dificuldade para lidar com o passado de um namorado ao descobrir o relacionamento anterior dele com outro homem.

“Ele era meu amigo desde a época da faculdade. Já tínhamos ficado, mas acabamos nos afastando. Quando nos reencontramos alguns anos depois, voltamos a nos relacionar. Porém, um ex dele me mandou uma foto deles se beijando”, relata Carolina, que na época ficou confusa com a orientação sexual do então namorado.

A gerente de comunicação achou que o rapaz era gay, mas na verdade ele era bissexual. “Foi difícil de entender no começo. Eu não sabia que existia esta modalidade no meio. Mas aceitei logo e entendi que não dá para classificar ninguém, no que se refere ao sexo”, pondera. Curiosamente, Carolina ficava mais insegura quando o antigo parceiro estava com mulheres.

Equipe Comportamento e Saúde

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