Agir focando nos outros é controlador e estressante, além de nos distanciar de nós mesmos, conclui o Dr. Sandro Tubini, psicólogo.
Psicoterapia da compaixão “versus” ansiedade
Inspirada no budismo, a terapia foi criada há 30 anos pelo psicólogo clínico da Derbyshire Health Care Foundation Trust, Paul Gilbert. O método já é oferecido como opção terapêutica em hospitais. As sessões individuais duram 50 minutos e as em grupo 90 minutos.
A ideia do tratamento é ajudar os pacientes a considerarem os pensamentos negativos e chegarem a visões alternativas mais realistas, explicou Gilbert. O foco é ser gentil com você mesmo. O tratamento incentiva os pacientes a fazerem atividades diferentes, escrever a amigos, a ver o lado bom das outras pessoas e de suas próprias vidas em vez de os aspectos negativos.
A mente, segundo Gilbert, tende a se concentrar nos fatos mais discrepantes, em especial, nas coisas negativas da vida e assim, com a nova forma de psicoterapia se estimula a perceber a bondade nos outros. Esse contra-ponto pode ser útil. Com a terapia, os pacientes julgam a si mesmos e suas vidas com menos severidade. Ao sentir compaixão ocorre uma mudança fisiológica positiva no corpo, segundo Gilbert.
Até 30% da população sofre de ansiedade. No último mês, um relatório do Escritório Nacional de Estatísticas disse que as mulheres jovens são mais ansiosas do que os homens jovens, enquanto um número crescente de mulheres de meia idade sofre de ansiedade crônica, as com mais de 60 anos formam o grupo com maior probabilidade de necessitar de tratamento hospitalar para a condição.
Impacto no comportamento e na saúde
“Na verdade, o grande problema de nossa sociedade é o excesso de foco nos outros. Esta forma de agir (focando no outro) é cruel, pois é controlador e estressante, além de nos distanciar de nós mesmos. É o lado negativo desta nossa cultura. A ideia central de qualquer psicoterapia adequada é a busca do equilíbrio no estilo de vida do cliente. Neste caso específico, focamos na atenção em si mesmo e com mais tolerância em nossas reflexões.”, esclarece o Dr. Sandro Tubini, psicólogo e psicoterapeuta da Clínica de Comportamento e Saúde.
Equipe Comportamento e Saúde
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