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A importância do auto-prazer gerado pela masturbação

O auto-prazer na mulher ou masturbação feminina são considerados tabus, mas possuem um aspecto importante para sua sexualidade, esclarece o Dr. Sandro Tubini, psicólogo.

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“Se toque” para o assunto

Falar em masturbação ainda é um tabu para algumas mulheres e não é para menos, afinal temas comuns de relacionamentos tais como: separação, divórcio, sexo, brigas são guardados a “sete chaves” por nossa família até os dias de hoje, quanto mais, se o assunto for masturbação.

Já para os homens, de uma forma geral, essa prática é encarada como algo “normal” e sem o menor “pudor”. Mas falar sobre masturbação feminina ainda traz ressentimentos. Isso porque muitas mulheres, por razões que vamos explicar mais à frente, só de ouvirem essa palavrinha se incomodam.

Números na ponta dos dedos

Para se ter uma ideia, 6% das mulheres afirmam que se masturbam com frequência de duas a três vezes por semana. O dado é da pesquisa “Mosaico Brasil”, coordenada pela sexóloga Carmita Abdo (professora da FMUSP e fundadora do ProSex. O estudo foi divulgado em 2009, mas ainda é um dos mais completos sobre a sexualidade dos brasileiros.

Outra pesquisa revelou que 28% das mulheres chegam mais facilmente ao orgasmo quando se masturbam. A pesquisa “Durex Global Survey Sex”, divulgada em 2014 com a chancela de Carmita Abdo, entrevistou 1.004 homens e mulheres brasileiros, entre 18 e 65 anos. “Conhecendo mais o seu corpo, elas acabam tendo mais facilidade, tanto na masturbação quanto na parceria sexual”, analisou a psiquiatra durante o lançamento da pesquisa.

Masturbação é um tabu social

Fatores como a repressão ou educação sexual que algumas mulheres tiveram ou têm, ou mesmo a falta de comunicação dos pais sobre o assunto, estimularam a ausência de conversa sobre masturbação. A sexóloga e personal Sexy, Karina Brum, está acostumada a atender mulheres que não falam, literalmente, sobre masturbação e sexo porque foram criadas de maneira “mais fechada”. Veja:

  • “Atendo, em média, 30 mulheres por dia, e todas relatam que não precisam de sexo ou que não pensam em sexo. Quando pergunto se elas se masturbam e qual a frequência, elas me olham espantadas como se eu tivesse dito alguma palavra obscena, com medo de responder”, conta Karina.
  • Mas a masturbação, livre dos velhos tabus e preconceitos, é uma prática importantíssima que traz benefícios à vida íntima e sexual da mulher. “A masturbação é um tabu por causa da educação sexual inadequada que recebemos desde criança e o desconhecimento da própria sexualidade”, explica a fisioterapeuta e sexóloga Fabiane Dell’ Antônio.
  • Um fator para algumas mães hoje não conversarem sobre masturbação com as filhas, assinala a sexóloga, é que elas mesmas não estão bem resolvidas sexualmente. “E elas não têm conhecimento adequado sobre o assunto. Quando é realizada de forma adequada e com equilíbrio, é muito importante para a sexualidade de homens e mulheres” completa.

Para Regina Racco, colunista de amor e sexo do Tempo de Mulher e professora de Ginástica Íntima, a masturbação feminina é importante demais para a mulher. Isso porque, sem a prática, dificilmente ela alcançará boa compreensão dos seus pontos de prazer e, consequentemente, terá uma boa resposta sexual. Leia sua posição:

  • “E sabemos bem que um grande número de mulheres não tem o hábito de se masturbar, seja por motivos religiosos, vergonha (dela mesma!), efeito de uma educação repressora, entre outros aspectos”, avalia Regina. Ela também é autora dos livros “O livro de Ouro do Pompoarismo”, “A Conquista do Prazer Masculino” e “Sexo para Mestres na Arte da Sedução”.
  • “Gosto de dizer que a masturbação feminina auxilia nos exercícios dos músculos vaginais, o que favorece a produção das secreções (lubrificação). Estas que são tão importantes para manter nossa região íntima segura e protegida. Fora que o hábito ‘masturbatório’ torna a saúde das genitálias mais ‘viva’,” explica a personal sexy Karina Brum.

O impacto no comportamento e na saúde

“Um assunto guardado tão severamente deve ter uma importância muito grande e é claro que têm, afinal este assunto permeia sobre o prazer da vida. Realmente, o prazer pode se tornar um vício e todo vício gera dependência, psíquica ou orgânica. Por isso o assunto é tão velado, afinal não são todas as pessoas que estão preparadas para saber lidar com os limites, especificamente os jovens. No entanto, quando o indivíduo se encontra apto para assumir a sua vida em todos os sentidos não há problemas em se falar abertamente ou praticar o assunto. Se você se encontra neste caso, não se culpe e também não hesite em procurar um tratamento adequado”,esclarece o Dr. Sandro Tubini (psicólogo e psicoterapeuta da Clínica de Comportamento e Saúde).

Equipe Comportamento e Saúde

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