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Dá para perceber quando começa a traição?

Isto é muito comum na traição, quando mudamos nossas ideias e não avisamos quem nos cerca, esclarece o Dr. Sandro Tubini, psicólogo.

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As regras da traição

Durante muitos anos nada houve de diferente nos relacionamentos e nos casamentos. A paixão, o namoro (escondido ou não), o noivado e por fim, um casamento (muitas vezes ocorrido com precipitação causada por uma gravidez não planejada). Era assim: simples.

As exceções eram raras, por exemplo, raramente conhecia-se alguém que era separado/divorciado e quando se conhecia, haviam motivos para se evitar o contato. E as traições? Traições eram motivos para serem consideradas tragédias familiares. Era assim: simples.

Mudança no mundo, mudança no comportamento

No mundo eletrônico da internet é comum que os casais possuam perfis individuais em redes sociais e que cada um administre suas amizades com o sexo oposto. Às vezes ocorrem reclamações, tanto de uma parte quanto a de outro, pelos mais diversos motivos que variam: por excesso de pessoas do sexo oposto, por algum tipo de conversa mais intima, por um curtir uma foto de ‘certa pessoa’. Por conta destas novas formas de relacionamento ocorrem mudanças na vida, ocorrem mudanças também no comportamento e agora parece surgir um novo conceito de limite para a traição. Afinal quando começa a traição?

“A traição é o rompimento de um acordo. Isso envolve a quebra de algo que foi combinado entre as pessoas envolvidas. Não quer dizer que a traição seja necessariamente sexual, ela pode ser financeira, moral, etc”, diz a psicóloga Renata Soifer Kraiser. “Não há uma regra para o que é o começo da traição. O que para uma pessoa pode ser um indício, para outra pode ser uma bobagem. Por isso o diálogo é tão importante, para que as partes envolvidas tenham plena consciência de quais são as regras”.

A regra é clara

Quando não são esmiuçadas, pode acontecer de um mesmo casal viver com regras individuais. A publicitária Janaína Oliveira, por exemplo, sempre gostou de postar online fotos suas em poses provocantes. Por causa disso, recebia mensagens de admiradores, e respondia. “Gosto de flertar, e a internet é um meio seguro para isso. Nunca encontrei nenhum desses homens, nem nunca encontraria. Para mim, nunca traí meu namorado”, afirma.

Mas o namorado de Janaína pensava diferente. “Nunca tínhamos falado sobre isso. Um dia, ele descobriu as fotos – que eu não escondia – e ficou enlouquecido. Se sentiu muito traído. Chegou a terminar comigo”. Um mês e muita conversa depois, eles reataram. “Aí discutimos tudo. Bem preto no branco mesmo, falamos de forma realista o que nos incomodaria nesse sentido. Deu certo”. O flerte foi proibido – tanto na vida real quanto na virtual. E agora ela manda fotos só para ele.

O caminho escolhido por Janaína e seu namorado é o ideal na opinião da psicóloga Renata. “As áreas cinzentas vão aparecendo e tudo tem que ser conversado à medida que elas aparecem”, diz. Pode adicionar desconhecidos nas redes sociais? Admirar alguém atraente na frente do parceiro? Flertar? Sexo casual? Sexo virtual? Só beijar? São muitas as variantes, e todas devem ser discutidas.“Devem ir conversando sempre que aparecer algo que incomoda. Assim, eles têm a chance de refazer o acordo”.

Mas as regras devem ser realistas. O psicólogo Bruno Mendonça alerta que não adianta querer coibir intenções e pensamentos. “Muita gente acha que a traição começa quando o parceiro fantasia ou deseja outra pessoa. Criar uma regra que tente impedir isso só vai criar situações de mentira e culpa”, diz.

“Um casal em que os dois são honestos um com o outro e partilham a vontade de fazer o relacionamento dar certo deve apenas fazer um acordo claro e confortável que administre de forma confortável esses desejos e fantasias”, conclui Bruno.

O impacto no comportamento e na saúde

“O relacionamento afetivo nada mais é do que um acordo entre duas partes. Num acordo bem elaborado e executado, o casal é capaz de viver o amor, união, parceria, fidelidade e com isso passa a ter o ‘status’ de casamento. Sim. Um casamento de idéias, de objetivos, de ideal de vida. É a partir deste conceito do ideal do casamento que construímos a nossa vida a dois, com a ilusão de que seremos assim para todo o sempre. No entanto, o ser humano nem sempre mantém os mesmo ideais, afinal somos sujeitos à mudanças e então quando menos se percebe, nós nos transformamos em uma variação mais moderna de nós mesmos. Quando isso ocorre é que podem surgir alguns problemas, cujo desfecho inevitavelmente termina assim: você não é mais o(a) mesmo(a). Isto é muito comum na traição, quando mudamos e não avisamos quem nos cerca”, esclarece o Dr. Sandro Tubini (psicólogo e psicoterapeuta da Clínica de Comportamento e Saúde).

Equipe Comportamento e Saúde

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