Além das medidas conhecidas, o distúrbio que atinge 70% dasmulheres, deve ser tratado com disciplina, inteligência emocional e uma boa dose de paciênc
Além das medidas conhecidas, o distúrbio que atinge 70% dasmulheres, deve ser tratado com disciplina, inteligência emocional e uma boa dose de paciência.
TPM pode ser relativa
A TPM nem sempre é negativa. “Conheci uma mulher que pintava a casa nesse período, o que era uma forma agradável de dissipar a ansiedade e a tensão que sentia”. Quem conta isso é o ginecologista do Hospital Villa-Lobos, Luiz Alberto Pereira Soares. Apesar de atingir 70% das mulheres, existem aquelas que confundem e não sabem separar o que é TPM do que não é. Por isso, o médico ressalta: a TPM tem de sumir com a menstruação, caso contrário, não se trata de tensão pré-menstrual.
O distúrbio caracteriza-se por uma série de sintomas que se manifestam antes da menstruação. O ginecologista destaca três fatores para explicar a TPM: hereditariedade, fatores externos e endógenos. “A mulher pode não ter TPM se estiver atravessando uma fase boa da vida e a serotonina estiver sendo produzida em quantidade adequada, mas pode apresentar se estiver passando por situações difíceis”, explica. Caso a mulher esteja em uma má fase, o nível de serotonina – que já deve estar baixo – cairá mais ainda na segunda fase do ciclo menstrual, quando for produzido o hormônio que o derruba ainda mais. Além disso, há mulheres mais sensíveis a mudanças (fatores endógenos). “Estas podem não ter TPM ou tê-la de forma mais suave”, enfatiza Soares.
A produção de serotonina é a principal causa das variações de humor. A substância é produzida pelas células nervosas e, na mulher, oscila de acordo com o período do ciclo menstrual. A serotonina atua sobre o humor das pessoas. “Quando seu nível no organismo está alto, ficamos alegres, felizes, bem-humorados. Quando ele cai, ficamos mal-humorados e queremos comer doces para compensar”. Além da serotonina, há também um forte componente hormonal. Segundo o médico, em cada dia do mês, a mulher tem uma concentração de hormônios sexuais diferentes do dia anterior e do dia seguinte. “O impacto que isso provoca no humor feminino também oscila de um dia para o outro. Por isso, os homens dizem que as mulheres são difíceis de entender”, afirma.
Além de tais fatores, a idade também é um importante componente nessa matemática. “A TPM é mais frequente após os 30, 40 anos de idade, dado corroborado pela literatura médica sobre o assunto”, diz o especialista do Hospital Villa-Lobos. Os sintomas são bem variados: irritabilidade, depressão, dor nas mamas, agressividade, dor de cabeça. A mulher também chora fácil sem saber exatamente por que e pode explodir sem motivo. O tratamento para TPM consiste em combater os sintomas. No entanto, se a TPM não melhorar, os especialistas passam para a segunda etapa, com medicamentos mais fortes que vão agir sobre o humor ou sobre os hormônios.
A alimentação pode ajudar no alívio de sintomas. “Alimentos que aumentem a diurese, por exemplo, chuchu, morango, melancia, salsa e agrião, ajudam desde que a mulher esteja empenhada na própria melhora”, explica o médico. A compulsão por doces deve ser controlada com a substituição de um doce por um alimento adocicado que não contenha açúcar.
Além da alimentação, Soares faz algumas recomendações para evitar ou controlar a TPM: anotar diariamente o que está sentindo e os dias da menstruação; praticar exercícios físicos; evitar compromissos importantes nos dias de tensão e não usar a TPM como desculpa. “Ela não é desculpa para nada. Se a mulher tem TPM, precisa de tratamento, porque ninguém é obrigado a aguentar o mau humor”. Além destas dicas, o ginecologista lembra ainda da importância do autoconhecimento no tratamento de um distúrbio que tem viés psicológico. “A mulher precisa aprender a se conhecer e a viver consigo mesma. Assim ela melhora não só sua qualidade de vida como a de todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente com ela”, conclui.
O impacto no comportamento e na saúde
“A TPM é uma marca funcional no organismo da mulher e a sua grande característica comportamental é a irritabilidade acentuada à flor da pele, no entanto a chegada destes dias marcantes não precisa ser vista como um problema. É claro que ao sabermos que vamos nos deparar com um período de dificuldades já passamos a ficar ansiosos e isto é comum à todos os sexos. O fato é que todos nós temos a escolha de como reagir à frente destes períodos “negros” da vida: existem pessoas que se enervam, outras que se aquietam e outras que não fazem nada. Qual delas você quer ser?”, explica oDr. Sandro Tubini (psicólogo e psicoterapeuta da Clínica de Comportamento e Saúde).
Equipe Comportamento e Saúde
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