"A modernidade provocou uma carência nas famílias, por isso devemos nos esforçar para ter uma vida saudável e uma relação mais completa com nossos filhos para evitar um impacto negativo em suas vidas", explica a Dra. Daniele N. Tubini, psicóloga.
Medo, birra e agressividade
Problemas comuns em crianças como medo, birra e agressividade estão sendo tratados como matéria na Escola das Emoções.
A experiência, que vem de Portugal, está melhorando inclusive o humor dos pequenos alunos. Valentim, de 7 anos, diz que está lá “para aprender a ficar mais alegre”.
O trabalho, desenvolvido com conversas, vídeos e treinamentos também ensina as crianças a terem paciência. “Às vezes fico impaciente porque o meu irmão mais novo sempre me interrompe e não quero ficar assim”, contou Valentim ao portal Público.
Associação Escola das Emoções
O projeto foi desenvolvido em parceria com a Associação Escola das Emoções, criada em 2014, para levar às crianças “ferramentas para poderem conhecer-se melhor”, diz Marco Coelho, presidente da organização.
Ele conta que a ideia “não é controlar as emoções, mas sim saber identificá-las e geri-las”. A Escola das Emoções funciona há dois anos no jardim-escola João de Deus, em Leiria.
A diretora do colégio, Vera Sebastião conta que as crianças “começaram a questionar-se mais sobre como o outro se sente, a antever a sua reação e a adotar comportamentos” em função dessa percepção.
Empatia e convivência
Os alunos também aprendem sobre a empatia, que no jardim-escola João de Deus faz parte do currículo das crianças de 4 e 5 anos de idade.
Ele também é oferecido como atividade de enriquecimento curricular para alunos até aos 9 anos, diz Sílvia Branco, uma das psicólogas da associação. Veja:
- Os alunos “Conseguem olhar para o outro e perceber o que está acontecendo”, esclarece;
- “É um projecto ajustado à ideia da vivência em conjunto. E isto é importante porque quanto melhor soubermos relacionar-nos com os outros, mas felizes seremos”, afirma Vera Sebastião;
- “É também um projecto preventivo já que pode ajudar desde cedo a resolver problemas muito comuns na infância e na adolescência”, acrescenta;
- Hoje em dia as crianças “vivem cada vez mais individualmente, têm cada vez mais dificuldades em saber lidar com as frustrações”.
E frustração é precisamente o sentimento que Jaime, de 8 anos, aponta quando questionado sobre qual sentimento escolheria. “É quando estamos tão ansiosos para ganhar e depois não conseguimos. Se soubermos o que isto é, ficamos melhor”, diz.
Jaime diz que “tem aprendido os sentimentos e a reagir com os outros”. Ele conta que já não fica mais tão nervoso como antes: “Zango-me menos, mesmo quando os meus irmãos provocam”, diz.
Menos medos, menos birras
“A modernidade provocou uma carência nas famílias, por isso devemos nos esforçar para ter uma vida saudável e uma relação mais completa possível com nossos filhos e evitar um impacto negativo em suas vidas”, explica a Dra. Daniele N. Tubini, psicóloga e mãe do Alex de 2 anos e meio.
E por isso, a equipe da Associação Escola das Emoções faz um teste com os alunos para aferir a evolução das crianças, no início e no final do ano letivo. Os resultados mostraram que no final “havia mais medos resolvidos, menos birras e maior controle da agressividade”, diz Sílvia Branco.
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